Tenho perdido amigos
para a morte:
todos partem
todos se vão
todos se mudam
sem se despedir…
limitado pelo protocolo epidêmico
assisto à distância ao lídimo ofício
do coveiro
que em seu mister diário
confia à terra os corpos que lhe chegam
semeando saudades e lembranças
como se plantasse no chão
essa espera
de quem foi embora
e não volta não…
Francisco Florêncio
Fortaleza-(CE)
04.10.20